A passos largos oiço ao longe um murmúrio
Talvez sejam as águas que correm do rio
Ou simplesmente o vento a assobiar
Uma canção talvez, não consigo entender
É ao ver um castelo, na luz de um pirilampo
Trazem-me um pouco das sombras serenas
De labirintos na penumbra da minha memória
Ofuscando os sentidos alucinantes
Sem direcção, sem palavras, de ausência
Oiço ao perto o murmúrio do rio, no silêncio
Do nosso encontro, caminho sem rumo
Das esquecidas e murmuradas palavras
Que eu não entendo, os meus passos persistem
Neste caminhar cansada e incrédula, onde sinto
O cheiro, o aroma da terra verde, o musgo
Nas suas margens, uma saudade que persiste
Na escuridão de um segredo guardado
Numa tarde de inverno, oiço o murmúrio
De dor, de saudade, de amor sentidos e esquecidos.